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Diário de bordo # 2

O Ternura aconteceu de uma forma diferente da qual havíamos pensado.  Depois de meses procurando pela captação ideal dos nossos sony 70 , chegamos, enfim ao resultado que ainda carregava em si a cheiúra dos sons comprimidos, ainda que tivesse sido gravado com muito esmero na procura dos timbres. Isso estava longe das nossas pretensões iniciais. Após passarmos por breve período tentando, então, fazer a captação ao vivo das bases das músicas, notamos que perderíamos em definição do som, pois teríamos que usar no máximo 2 microfones por músico, o que resultaria em menos material fonográfico passível a ser equalizado, mixado e, senão, otimizado por nós em processo de modelagem futura das gravações. Desta feita, então, partimos pra gravação convencional em pista e fizemos utilizando as locações do Caverna do Mar na graça e no Porão. Este sendo usado pras gravações das linhas de bateria. O disco ainda está sendo gravado.  Entre as faixas que temos como quase prontas, está Vera

Diário de bordo # 1

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Sobre o Ternura ou o nome que vir a ter.. é, somente, um disco experimental, feito inteiramente por nós e pra nós e pra dar nós nas nossas  cabeças."Somente" não vem da modéstia. Acredito que é o melhor disco dos Jönsons, antes mesmo de ser gravado e lançado. Acredito, sobretudo porque sempre o melhor é o que está por vir, e o que vem já vem cheio de devoção e trabalho duro, dedicados pelos quatro.  A idéia é a de, basicamente, resgatar as técnicas antigas de gravação, usadas nos 60-70 e foi desenvolvida com o entusiasmo e investimento de Ariel, nosso membro mais novo e que tanto revigorou nosso modus operandi. Nós, yonsons, somos, desgraçadamente, uma banda que se adapta a qualquer situação que tenha surgido até então. O Ternura parece ser um 'disco de apartamento', e é assim porque foi como aconteceu de ser, mesmo. Passamos por situações que nos levou à sorte de montar nosso estúdio-matriz em um apartamento. O som é pequeno, mas parece  a justa medida par

Sobre telefonemas e reclamações

Me telefonam para que eu possa reclamar e eu desligo, rindo, a porra do celular. O problema, problema, mesmo, tá igual antes da ligação. O telefonado que passou a ignorar o problema. Obrigado, telefonante.

Sobre os ciclos de longuíssimo prazo

Me parece que há uma alternâncias entre épocas: o mundo ora parece ser melhor vivido, ora, pior. E isso pode ser avaliado - particularmente - por qualquer um que se propuser colocar-se no lugar de um vassalo da Idade das Trevas ou um bilionário indiano da indústria do cinema nos anos de hoje. Há momentos de maior e de menor liberdade, na história relatada da gente aqui na Terra. Ainda arrisco que não haja uma tendência ou linha que demonstre, com veemência, que vivemos, um crescendo histórico de liberdade. Não temos nos tornado mais livres, à medida em que corre a história, e eu tenho uma prova disso. Eis a prova: procure pelas efemérides, busque, em qualquer fonte, opiniões de líderes de todas as instâncias. Hoje, na ponta da história, vivemos em uma época onde a figura mais transgressora é o papa.

Sobre a verdade e o que é perpétuo

Nada concreto, por mais tangível que seja, permanece. Tudo que é físico, mais cedo ou mais tarde, vira ruína e torna pó. O que há de mais perpétuo são as mentiras. As abstrações que contamos a nós mesmo, nesse ínterim entre a gênese da linguagem e o agora. Essas histórias, frutos da imaginação e da especulação, são o que, de fato, perduram ao longo de nossa existência e dão forma à quem somos. Deixar um risco na história.. o querer de todos. Mas só a mentira risca a história, marca e constrói o elo entre o agora e o começo dos tempos falados. A moral, a ética, a espiritualidade partilhada em forma de dogmas.. todas são mentiras, mas tão bem feitas, que chegam a ganhar, em existência, dos punhos de carne e sangue que aqui redigem. Em breve, muito mais breve do que o tempo em que as rochas da praia perdem sua casca, eu já terei ido e serei esquecido, assim como você que lê. Ninguém ou nada que existe, de fato, risca e marca a história. A história é uma tela de abstração, ela está n

Sobre o ponto pálido azul

O mundo é o habitáculo da ignorância, do medo e, pior: da vaidade. Vide o vídeo.

Sobre ser jovem

Acho que dei um jeito nos ombros. Escalei, pedra pós pedra, desse armado de concreto açucarado, robusto e quebradiço. Lá, depois das nuvens, eu cheguei. Cá em cima, do alto do meu ego, me passou pela cabeça um pensamento nevoeiro, que gelou a espinha e, gelado, mesmo, eu ri: ri tanto que até bati na mesa. A angústia não vem do fim inexorável. Eu tenho medo é de viver pra sempre.